Com 1 milímetro de comprimento, o bicho-do-pé (Tunga penetrans) é um artrópode, pertencente à ordem Siphonaptera. O nome popular provém do fato de este penetrar na pele humana, em especial entre os dedos do pé. Quem anda descalço em áreas infestadas - normalmente currais, chiqueiros e praia - é, portanto, sua vítima preferencial.
O bicho-do-pé alimenta-se de hospedeiros de sangue quente, como humanos, gado, ovelha, ratos, cães e outros mamíferos. Diferentemente do que muitos pensam, porém, apenas as fêmeas grávidas invadem nosso organismo, nutrindo-se de nosso sangue enquanto desenvolve os ovos. Estas fêmas penetram na pele exposta e colocam ovos, causando intensa irritação e consequente coceira. No caso, uma substância utilizada pelo bicho-de-pé para furar a pele faz com que o sistema de defesa do nosso corpo a reconheça como algo estranho e reaja, provocando terrível coceira.
Para conseguir se reproduzir, a fêmea, após penetrar na pele de seu hospedeiro, deixa a ponta da cauda ou o abdômen visível através de um orifício na lesão. Esse orifício permite ao bicho-de-pé respirar enquanto se alimenta de vasos sanguíneos na camada cutânea ou subcutânea. Nas próximas duas semanas o bicho-do-pé libera em torno de 100 ovos através do orifício, os quais caem no solo. Por fim, o animal morre, sendo eliminado da pele do hospedeiro.
A lesão na pele tem aparência de uma mancha branca de 5 a 10 milímetros com um ponto preto no centro e a permanência do bicho-do-pé na pele, pode gerar infecções ou outras complicações perigosas. Sabe-se também que a ulceração (lesão da camada epitelial) causada, pode servir como porta para infecções de agentes patogênicos como Clostridium tetani, causador do tétano.
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